quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Itambé do Mato Dentro, Falésia da Sinhá


Outro grande atrativo de Itambé do Mato Dentro é a Serra do Lobo, que atrai muitos turistas para subir em seu topo e observar a grandiosidade da serra do espinhaço e as espécies naturais ali existentes, sendo algumas espécies endêmicas, o que torna o passeio único e exclusivo. Seu ponto culminante se chama Pico do Itacolomi, que faz referência a “pico agudo” e destaca-se dentre as outras montanhas, pois seus 1642 metros de altitude sempre foram um marco geográfico na região.

Logo abaixo deste pico encontra-se uma pequena chapada conhecida como conquista (para quem avista o pico a partir de Itambé) têm cerca de 90 metros de altura e faz parte de uma fazenda existente na região. Em meados de Maio deste ano, foram realizadas algumas investidas nesta rocha, onde foram abertas as vias presente de grego 7? (A1/9A) mista e outra via fixa que é um provável 7c, mas o potencial ainda é grande para quem gosta de escalada forte.

Acabamos identificando o local como falésia da sinhá, e por pertencer a terreno particular, deve-se pedir autorização prévia do proprietário, basta enviar mensagem ao Dário Caldeira (daldeira@yahoo.com.br) escalador local, que participou da abertura de quase todas as vias da região e está disponível para qualquer dúvida sobre as vias existentes no entorno de Itabira.
 A rocha a partir da base, inclinação negativa e poucas agarras

 Tunder abrindo a presente de grego, fenda linda com ótimo encaixe de peças
 um dos lances "estraños" da via
 Fábio Pavesi (Difora) sequenciando a via
 Dário Caldeira (Daodeira) escalador local e um dos percursores da escalada esportiva na região
Para quem se interessar em visitar o local, é obrigatório conhecer a cachoeira vitória, que tem uma belíssima queda d’água e suas gélidas águas refrescam aos que animam a chegar embaixo da mesma. Croquis, relatos e outras informações serão sequencialmente postados neste blog.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Itambé do Mato Dentro


Encravada no alto da serra do espinhaço e contando com inúmeras atrações naturais em seu entorno, Itambé do Mato Dentro é uma importante localidade no contexto da história de Minas Gerais e hoje participa de importantes roteiros turísticos ligados a aventura e ecoturismo

A paisagem é composta por inúmeras formações rochosas, onde grandes vales e incontáveis rios se entrelaçam e grandes desníveis favorecem a formação de faces rochosas que podem chegar a até 200 metros de altura, sendo em sua maioria de inclinação negativa.

Próximo a cidade se localiza a imponente serra da lapa, um afloramento em formato de seta onde em sua ponta figura-se uma maravilhosa aresta e em seus flancos de aproximadamente 150 metros de altura viabilizam possibilidades incríveis de vias, um potencial a ser explorado.

Existem apenas duas vias no local, sendo que uma já alcançou cerca de 50 metros e outra que atinge apenas o começo de uma grande fenda, a graduação em potencial é elevada (vias de oitavo grau para cima) pois a própria rocha possui apenas algumas reentrâncias sugerindo agarras pequenas e inclinação negativa.

Além disso, Itambé é extremamente receptiva e seus moradores gostam de receber pessoas de fora, é um paraíso que vale a pena conhecer e visitar. Restaurantes, pousadas e campings completam a estrutura disponível aos turistas e cachoeiras, corredeiras, cânions e grutas se inserem  no maravilhoso cenário deste município...

Croquis, relatos e mais potenciais locais serão postados sequencialmente.
 imponente Serra da Lapa vista a partir da estrada de acesso a Itambé do Mato Dentro
 Dário Caldeira, Gustavo e Paulo Henrique "Cebola" escaladores locais e Fabio Pavesi "Difora" no reconhecimento do lugar
 Fábio Pavesi "Difora" abrindo a primeira via do lugar, denominada espinhaço
 Base ampla e abrigada de chuva
 A grande aresta
 Tunder na grande fenda, à esquerda continuação da via espinhaço
 Face sudeste da serra da Lapa, vista a partir da estrada de Itambé
Face sudoeste, vista a partir da falésia Sinhá, outro grande potencial do lugar, detalhe da grande aresta

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Bloco da chilena



 Caminhada pesada
 A caverninha no começo da via
 Lance esquisito da primeira enfiada
 Equalização da P2
 André Dedão na enfiada mais bonita da via
 Diedrando
 Igão, eu e André Dedão na P3
 Recolhendo a bololância pra entrar na chaminé...
 Igão no cume
 Comemorando mais uma via
 Bloco do canino e dentinho, respectivamente, a partir do cume do bloco da chilena
 Mais um bloco com muito potencial
 A linha da via e croqui (clique para ampliar)

Depois de um bom tempo sem voltar no “paraíso perdido” em Igarapé, e breves conversar sobre investidas na região, decidimos entrar em mais um grande bloco que se concentra no alto da serra, precisamente ao lado  esquerdo do dentinho e desde as primeiras idas em Igarapé, já imaginava inúmeras possibilidades de escaladas nas grandes fendas que vão de fora a fora na rocha...

Após alguns pequenos contratempos, iniciamos caminhada por volta de 08:30 e após reabrir a penosa trilha de acesso aos blocos superiores do vale, chegamos a base do grande bloco, local que não investimos antes por possuir um ninho de águia chilena, e na época estava em processo de nidificação, onde mesmo escalando em outros blocos, recebíamos algumas “visitas” (diga-se rasantes) das anfitriãs, impossibilitando a abertura de qualquer via.

Observamos se o referido animal se encontrava ainda por lá, e constatamos que onde havia o ninho anteriormente, já não existia o mesmo, então imediatamente estudamos as possibilidades de usar as inúmeras fraturas na rocha para acessar o cume, usando a que mais parecia favorável a não usar proteções fixas e também a de mais fácil subida.

Primeiramente subimos uns seis metros em solo, para chegar a uma pequena cavidade na rocha que possibilitava se esconder do sol, que já estava alto e bem quente! Igão entrou na primeira enfiada, analisando calmamente a solidez da rocha, pois onde parece que há pedras soltas, as mesmas estão firmemente fixas na rocha, e encontrando um pequeno platô, fez uma boa equalização consolidando aquele local como a primeira parada. Ininterruptamente mandei pra cima e chamei o Dedão, e logo entrei na outra cordada onde após passar por um pequeno platô que deve dar um quinto grau, cheguei a outro bem amplo e exposto, e dali chamei os outros dois participantes.

Dali pra cima é que era o filé, onde partia um lindo diedro que havia sido visualisado pela base e prometia uma linda escalada, esta que o Dedão já roía os dedos para mandar, pois seria a primeira via em móvel que ele entraria conquistando...

Para acessar o diedro foi necessário o uso de uma pequena ferramenta, a foice, pois o capim meloso que nos acompanhou desde o começo da caminhada se encontra até nos altos cumes isolados desta serra, demonstrando a triste proliferação de uma planta não nativa, introduzida ali para fins pecuários, e após “limpar” aquela etapa da escalada, mandou uma linda enfiada, a mais bonita da via, tanto técnica quanto visual e estabeleceu a parada em um grande platô, que imaginávamos ser o cume, mas ainda tinha mais um bom trecho de rocha para ser mandado...

A última cordada se inicia em uma grande chaminé, mas por motivos óbvios a escalada só se inicia dentro da mesma, desviando então para a borda da fenda e entrando depois em um diedro acima, esta cordada foi liderada pelo Igão e foi mandada sem nenhuma proteção, pois a própria fenda não favorece a instalação de muitas peças e devido ao tempo foi a melhor forma de se fazer para terminar a via o mais rápido o possível.

A chegada ao cume foi bem comemorada, onde tomamos um bom chá quente e degustamos alguns pedaços de bolo, pois o chocolate do cume desta vez havíamos esquecido...

Tiramos algumas fotos e fomos procurar o acesso a base, evitando assim fixar grampos para fazer rapel e descobrimos que ao desescalar alguns trechos conseguimos chegar à base do bloco do dentinho, onde já havia uma trilha consolidada do caminho de volta ao carro.

No caminho de volta decidimos nomear a via chamando-a de “aos pés da chilena”, pois no decorrer da escalada visualisamos um casal de águias-chilena (provavelmente a que já se encontrava no local) carregando pequenos galhos, o que deduzimos ser a construção de um novo ninho por aquelas bandas. Agradeço mais uma vez pelos bons companheiros que acreditaram no sucesso da nossa investida neste que parece ser um setor bem promissor...

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Obra do acaso, pico do baiano

Início de caminhada, no distrito de Morro da Água Quente
Vista geral do caraça, no centro o pico do baiano
No abrigo, nem sabia que ainda faltava tanto para chegar a base da rocha
Agraciados com o alvorecer
É pedra que não acaba mais...
Início de via, duas proteções até a primeira parada, a 55 mts do solo
guilherme Binha em uma das cordadas da via
A neblina tomou conta do ambiente trazendo frio e desânimo na escalada
Todas as reuniões estão sinalizadas, mas mesmo assim à noite é difícil visualizá-las
No cume, sensação indescritível
A pedra do cume
último grampo no frio implacável
Somente estando lá para saber o que é
Visual do cume com destaque para o pico da agulhinha de Catas Altas
prourando as head-lamps, rapelzinho no escuro...

Tratado como referência do montanhismo mineiro e almejado
por muitos escaladores e montanhistas, o pico do baiano, com seus imponentes
2.016 mts, constitui-se como um dos gigantes do caraça, e diante tamanha
imponência, juntei com os amigos André Dedão, Igão Murta e Guilherme Binha para
cometer-mos tal façanha...

Iniciando com uma frustrada viagem que acabou demorando um
pouco mais, e uma caminhada perambulando pelas matas do caraça, conseguimos
chegar no abrigo por volta das seis horas da tarde, horário em que mau
enxergava o caminho, pois o sol já havia se posto e o escurecer dentro da mata
é bem avançado. Mau fizemos um pequeno lanche e já estávamos dormindo
preparando para um longo dia de escalava que se iniciaria pela manhã...

Por volta de cinco da matina juntamos todos os equipamentos
que não iriam para a parede e iniciamos a cansativa caminhada de meia hora até
a base da rocha, trilha esta que cada vez mais se dissolvia na vegetação à
medida em que nós aproximamos da base. Ao chegar na base e fazermos uma pequena
análise, fui eleito a ser o primeiro que faria a frente e a pegar a primeira
cordada, foi extremamente emocionante, pois esta era uma tão sonhada escalada que
há muito gostaria de fazê-la.

Haviam alguns lances com maiores dificuldades, e acabei sendo
contemplado com o lance de 7c, salvo pelo artificial que foi bem tranqüilo,
porém sair do mesmo que achei um pouco complicado, mas após uns cinco minutos
estático consegui fazer a leitura e mandá-lo para cima. Mais algumas cordadas
acima e chegamos em um lance que se encontrava totalmente molhado, e como já
era a minha vez da ponta da corda fui condenado a mandá-lo, fui salvo pelo
estabilizador da mochila que pude usar de stick-clip, pois apesar do lance ser
bem fácil e com exposição mínima, era um pouco drenante mandá-lo com a
sapatilha sem bico e água por todo lado!

Mais algumas enfiadas e finalmente CUME!, foi um dos
fatos mais emocionantes deste ano, colocado como uma das metas de 2011 e
cumprida com folga para outras aventuras...
Após aguardar a outra dupla e assinar o livro, apreciamos o chocolate e
começamos os vários rapéis, que duraram aproximadamente cinco horas, pois no
meio da parede fomos surpreendidos com a corda agarrada e o grande amigo Binha
escalou praticamente às escuras para resgatá-la, chegando na base por volta de
22:15. A caminhada foi tão difícil descendo quanto subindo, pois chegando no
ponto do abrigo meu joelho já reclamava de tamanha inclinação para descer e
após um intervalo na represa chegamos no carro por volta de três da manhã e
continuamente cheguei em casa às cinco e quinze, cansado e com compromissos
pois já era segunda feira...
Valeu pela confiança e espírito de aventura, pois somente boas amizades proporcionam momentos únicos em nossas vidas!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Repetição da via inanição

A natureza é bela, porém perigosa
comemorando a descida
chaminé "rala costas" vacilo de entrar sem camisa
Entrando na última enfiada da via
fendas perfeitas para qualquer tipo de proteção
André Dedão chegando no último platô da via
entrando na chaminé
saindo da segunda parada da via
no crux da primeira enfiada
início da via, várias possibilidades de proteção

Depois de uma semana conturbada, caracterizada pelo início
das aulas e a volta da rotina urbana, sinto a vontade de fazer uma grande via,
sem muitos transtornos, e me junto com o Dedão, um dos parceiros de escalada
para fazer a primeira repetição integral da via inanição, conquistada em janeiro
de 2010, e repetida somente pela metade.
Começamos a jornada por volta de oito da manhã, foi tarde
pois esperávamos mais um escalador para formar o bonde, mas infelismente, por
motivos de trabalho, não pôde participar desta escalada. Por volta de 10:00 hs estávamos
na base da via, e iniciamos a escalada quase que imediatamente, para evitar o
que antes acontecera, voltar para o carro no escuro. O Dedão teve bastante dificuldade
para mandar a primeira cordada, pois ainda não havia se acostumado com a rocha,
e a pequena inclinação negativa tornava um grande desafio para sacar os móveis,
mas depois de uma hora chegou ao platô das árvores, onde pôde descansar na
sombra.
As outras duas cordadas foram mais tranquilas, mas devido
aos descansos onerou um pouco o tempo, onde chegamos no grande platô por volta
de 14:00 hs e ali chegamos a fazer o descanso um pouco mais estendido. Quarenta
minutos depois o Dedão entrou na estreita chaminé e se embolou um pouco devido
a mochila ficar pendurada e para posicionar as proteções era necessário se
entalar nas partes mais estreitas, chegando a reunião em 45 minutos
aproximadamente.
Na sequência fui entrando quinta enfiada que se compreende
em um grande esticão até duas árvores, onde se protege e a partir disso,
deve-se ir pelo platô da direita e ir pela fenda para a esquerda onde há uma
proteção psicológia, mas é um terceiro grau, e a partir daí segue-se pela
esquerda até o platô, confortável para “chamar” o segundo. Para finalizaro o
Dedão entrou na última cordada que foi rápida e tranquila, apesar do movimento
ser um pouco tenso, devido a pequena agarra que se usa para projetar o corpo
para fora da parede, mas não passa de um quinto grau, chegamos ao cume e após o
chocolate e o último grampo caminhávamos para o carro comemorando a repetição
integral da via...
Valeu Dedão pela confiança em tocar pra cima mesmo nas horas
de fadiga intensa e agradeço a DEUS pelo maravilhoso clima que proporcionou
esta grande aventura!!