segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Escalada em Pedra Vermelha

costura de agarra e não agarra de costura, hehehe
exigente
e a chuva cai...
chá na base, com visual! quer melhor??
a base é um abrigo natural
no diedro da waimea
iniciando a via

Dr. climb
chá
Igão Murta, observando a leve chuva e neblina presentes no visual

Sexta-feira, mais um tedioso dia que segue juntamente com
esta interminável chuva, quando saio do estágio, recebo telefonemas empolgantes
da galera insanamente querendo escalar; proponho para irmos a recém aberta Lapa
do Sr. Antão, porém depois de uma rápida análise decidimos ir à pedra vermelha,
local que recentemente recebeu um bom volume de vias e um evento de
apresentação para uma boa parcela da comunidade escaladora conhecer e
usufruir...
Decidimos ir na sexta mesmo e após alguns contratempos como
uma deliciosa pizza na cidade de Caeté, chegamos próximos à rocha por volta de
3:30 da matina, e após um breve cochilo e aguardar a diminuição do volume de
chuva chegamos à base da pedra, iniciando a escalada umas oito da manhã...
Apesar do grande número de vias, decidimos por escalar
somente duas, as mais clássicas conhecidas como waimea 7a/b e tsunami 6+/7, pois
as mesmas são as mais fáceis onde a base fica totalmente isenta da água das
chuvas, e todos os presentes poderiam “treinar”. Independente disso, a maioria
das vias deste pico ficam secas em quase sua totalidade, salvo locais onde a
própria pedra não se abriga ou se inicia em positivos vulneráveis ao vento, e o
formato se parece uma grande onda, resultando em uma escalada de estilos mista
onde se misturam a aderência, regletes de equilíbrio e negativo, sendo todas as
vias com proteções bem próximas proporcionando praticamente uma academia a céu
aberto, vale a pena conferir!
Além disso, a galera do Montis (http://clubemontis.blogspot.com/)
executou um ótimo trabalho, delimitando as trilhas de acesso e estruturando a
base de pequenas árvores que rodeiam a pedra, estas que eram pequenos arbustos
na época em que conheci este grandioso pico, e proporcionam sombra na parte da
tarde em dias ensolarados, o que não era o caso...
Depois de uma cansativa manhã bem chuvosa, regada a muita
escalada, curtimos um chá na base da pedra e o último grampo, observando a
belíssima via conquistada para o evento, e tomamos o rumo de casa, para
arcarmos com os nossos compromissos. Pena que desta vez não rolou cadena, o
cansaço da viagem e o sono quase inexistente acabaram por minar as nossas
energias antes mesmo da escalada, mas pela boa compania e conversa, realmente
compensaram a pequena viagem...
Participaram desta Dedão, Igão Murta e Naty e disso só tenho
a agradecer!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Mais vias em Mariana

finalizando a cartuxeiraToninho na winehouseFabinho malhando a cartuxeiraRicardinho malhando a estilo pedreiraAlex "Tchoco" conquistando a estilo pedreira
Igão no top da cartuxeiraMarco Túlio na Fábrica de purpurinaPôr-do-sol a partir da cartuxa: o sol se põe atrás do pico do Itacolomy


Como forma de ampliar a disponibilidade de vias esportivas
na região de Ouro Preto, reuni com os parceiros Alex Tchoco, Toninho,
Ricardinho e Igão para abrir mais umas vias no castelinho, um complexo de
pontões localizado no município de Mariana, e detém uma gama de possibilidades
de vias esportivas e boulders onde após uma minuciosa leitura, partimos para a
conquista...

A princípio fizemos três frentes de trabalho, a iniciar pelo
toninho que visualisou algumas agarras ao lado da caverna do primeiro bloco e a
via “aprendiz de feiticeiro” que conta com movimentos delicados em agarras
pequenas e denominado Winehouse 7a/b com cerca de nove metros.

Paralelamente o Igão entrou em uma seqüência de pequenos
furos, oriundos da dissolução da rocha, que se provaram totalmente opostos do
que a gente havia observado, pois pareciam uma boa seqüência de agarras, porém
eram buracos que se desenvolviam somente no sentido vertical e para cima,
formando pequenos abaulados ou escorridos que possibilitavam apenas a inserção
de dois ou três dedos, e aumentaram significamente a intenção de grau que
achávamos que chegaria a 7c e provavelmente será um 9 b/c, nas três primeiras
costuras. Dei continuidade na conquista esticando um pouco mais o lance (fácil)
até a próxima proteção e mais uns 1,5 mts protegi o top, que atualmente conta
com uma chapa de argola e um bolt, pois estava somente com uma chapa de argola
disponível. Definimos a via como Cartuxeira 9? 10 mts.

Nesta hora foram chegando os “locais” Fábio Melo (Fabin) e
Marco Túlio (Ouro Branco), onde o Fabin já entrou guiando a cartuxeira para
graduá-la, mas somente conseguiu isolar os lances, e infelismente não pôde
definir a graduação, mas com raça e muita força chegou ao final da mesma!

O Alex visualisou uma linha entre a “Aprendiz de feiticeiro”
e a “winehouse” e pacientemente foi abrindo mais uma via, que conta com
mini-regletes e exige muito equilíbrio, sendo chamada de “estilo pedreira” como alusão ao Recanto, local que
recentemente recebeu a intervenção dos escaladores como forma de melhoria do
espaço e estruturação básica para uso público (cramontanhismo.blogspot.com), e
o Ricardinho entrou já na sequência e após isolar os lances descreveu um
possível 8b, mas que requer uma cadena completa para efetivar a graduação.

Para não fugir do tradicionalismo, o Marco Túlio entrou na
clássica “fábrica de purpurina” e depois na viazinha no bloco que fica em
frente a via “bode crê” e me parece um 5 sup.

Devido ao não planejamento, saímos muito tarde de BH, nos
forçado nesta hora iniciar o retorno, após um chocolate e o último grampo,
tomamos o rumo de casa...

Em breve disponibilizarei o croqui das vias, e agradeço ao
apoio da galera na conquista e por todos que tornaram mais esta aventura
possível!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Gigantes do Leste


No platô do trepa-matoIgão livrando os trechos de artificialMei aderência, mei chaminé... escalada esquisitinhasacando os móveis do lance de artificial, 15 minutos investidos em apenas um nutPonto exato das chapas, furos de cliff e top da via "só mendigo"Fabin equipando a via "sociedade tropical"Churrascão rolando solto no espaço de eventos de SantanaÚltimo ponto onde o carro chega, acesso fácil para a rochaFestejos na cidade de Santana do Manhuaçupreparando para mandar uma chapaSobrou pra mimO vôo-livre é outra atividade de muito potencial na pedra de SantanaPêndulo para chegar na fendamendigando peças na via... detalhe do stick-clip improvisadoentrando na fenda pelo acesso da via "sociedade tropical"muita aderênciaIgão na seg do fabin na primeira via de cume da pedra de santanaVista geral da face leste da pedra de SantanaA vez do FabinIgào esticando para clipar a costuraDetalhe da grande fenda em formato de arco da via só mendigoFabin e Igão na primeira parada da via
na chegada do final da via "muita pedra pouca chapa"Galera se preparando para o trepa pedra de + ou - 200 mtsEu, Fabinho e o Sr. Ronaldo no cume da pedra de SantanaVista do pico da bandeira a partir da pedra de santanaPanorâmica da cidade de Santana do Manhuaçu com o pico da bandeira ao fundoDetalhe da cidadeFace leste da pedra de santana

Sexta-Feira, 12 de Agosto de 2011; após inúmeras tentativas de organizar a inesquecível visita à calorosa Santana do Manhuaçu, me decepciono mais uma vez pelo fato de que o planejamento não foi o adequado, me obrigando a esperar "mais um pouco" para que mais um integrante fizesse parte desta aventura...
Por volta de 22 hs estávamos eu, Igão e Aloísio pegando estrada até Ouro Preto onde o Fabinho nos aguardava para dar continuidade ao longo trajeto, que após alguns pequenos contra tempos chegamos na referida cidade por volta de 06:20 e fomos recebidos pelo Sr. Ronaldo Satler, este que é ex-secretário de esportes do município e um dos que mais se dedicam a introdução dos esportes de aventura neste que é um grande potencial de variadas atividades que vão desde o mountain bike até cavalgadas, passando pelo vôo livre e escalada em rocha.
Primeiramente fomos conduzidos a um dos limites do município onde o potencial de ecoturismo e turismo rural são inigualáveis, pois conta com grande numero de cachoeiras (umas vinte se concentram nesta parte do município) e inúmeras fazendas de café sendo algumas com casarões históricos e pessoal muito hospitaleiro. Mas o que mais nos atraiu é uma face de aproximadamente 350 mts de rocha, com várias possibilidades de escalada e inclinação mínima, sendo mais uma das potencialidades de abertura de grandes vias na região...
Depois de almoçar na cidade, fomos a face norte da pedra de Santana, onde o Igão e o Tonin já haviam concluído uma grande via, e decidimos repeti-la, pois devido ao tempo disponível não valeria a pena nem o início de conquista de outra via. Em todas as investidas anteriores sempre estava presente o nativo Silvinho, e como nunca haverá exceção, contamos com a presença do mesmo para poder escalar esta grande rocha, mas após o início da terceira cordada, tomei uma pequena mimosa bem no ponto de costura, onde "escorreguei" rocha abaixo por uns sete metros e uma reentância natural favoreceu a não descer mais, pois neste ponto a corda de segurança ainda não estava esticada! Passado o susto (e uns pequenos arranhões), volto para o mesmo lance e vi que por causa de um pequeno vacilo (ouvir os outros) havia chegado àquela queda. No final desta enfiada fui agraciado por mais uma das maravilhas deste planeta: um maravilhoso nascer da lua, esta que iluminava a via que causava até um certo desconforto ao usar a head lamp, pois a iluminação natural era algo que parecia até um holofote, e deixava azul aquela grande extensão de rocha, somente estando presente para poder compreender!
Mais umas três enfiadas de terceiro grau chegamos a uma pequena árvore, esta que serve de marco como final da via, e conta com pelo menos mais duzentos metros de trepa pedra para alcançar o cume desta montanha... Á noite voltamos para a cidade e curtimos uma festa calorosa, munidos de muita cachaça e disposição, esta que deveríamos estocar até os próximos dias, pois ainda tínhamos um bocado de trabalho para abrir novas vias neste gigante de granito!
No domingo desde cedo já estávamos focados em pelo menos acessar a grande fenda iniciada por mim e pelo Gustavo Piancastelli (www.cascagrossa.com.br) e terminar a via iniciada há dois anos atrás pelo Igão e o Carlin (boy), esta que após a conclusão foi denominada como sociedade tropical devido a circunstância de surgir este termo no meio de uma discussão sobre a população regional...
Inicialmente o Fabin entrou no início da variante mas depois de tentar por algumas vezes costurar a próxima proteção com o stick-clip repassou a responsa para o Igão, que fez um pequeno furo de cliff, mas mesmo assim não alcançava a mesma, o que acabou me obrigando a entrar no lance, onde após concluir esta etapa, fui obrigado a repetir esta mesma operação para as proteções subsequentes, e fazer um belo artificial pela fenda onde tive que fazer um pequeno pêndulo para acessá-la. Deixei uma corda fixa equalizada e fui auxiliar nos trabalhos de equipar a sociedade tropical, esta que após a repetição se provou pelo menos um 7 grau de sessenta metros, a maioria E2.
Mais uma vez fomos curtir mais uma festa na cidade e curtimos uma deliciosa pinga oriunda da uva, uma referência em bebidas exóticas daqui de Minas...
No terceiro dia eu já sonhava em terminar aquela fenda, e após esperarmos o sol pelo menos ficar a pino para iniciar a jornada, pois logo após ele começar a virar esta face fica na sobra até o anoitecer, e iniciei a jumareada debaixo de um sol castigante, mas era necessário pois planejávamos ir embora por volta de 4 horas...
Tentei mandar alguns lances em livre mas fui incapacitado devido às poucas reentrâncias na rocha e acabei fazendo a maioria em artificial, mas deve-se ser cauteloso pelo fato de que esta etapa da escalada é necessária a repetição de peças (camalot 3,5 ou friend rock empire n° 6) com pelo menos três! Mais alguns metros acima cheguei a um pequeno trepa mato, onde protegi com uma chapeleta e passei a ponta da corda para o Igão, o mesmo protegeu com mais uma chapa no final do trepa mato e devido a não disponibilidade de peças, acabou fazendo três furos de cliff, onde chegava em uma fenda fina, e mais alguns metros em artificial decidimos que seria ali o final da via, pois mesmo faltando uns 2,5 mts para o final era desnecessário por necessitar de abrir mais furos de cliff, e deixamos uma proteção fixa e outro furo pronto para receber o bolt.
Esta investida foi de finalização onde esta via conta como 7b (A1/9?) D2 150 mts e se chama só mendigo (pela necessidade de mendigar as peças!) é necessária a repetição para confirmar a graduação, e esta é a via referência da região!
Voltamos à cidade e após um pequeno lanche estávamos na estrada pegando os 320 km de volta à BH, chegando por volta de meia noite. Agradeço à Prefeitura Municipal de Santana do Manhuaçu e ao Sr. Prefeito João do Açougue, pelo incentivo direto na área de aventura, o Sr. Ronaldo Satler e família por gentilmente nos receber em sua residência e dividir o próprio lar para poder efetivar estes projetos, à calorosa populaçào desta animada cidade que nos proporcionou festas durante os dias em que visitamos este local e aos parceiros Fabinho, Aloísio, Silvinho e Igão que puderam compartilhar desta aventura!