quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Escalada na Pedra Riscada, via Moonwalker

Depois de uma semana conturbada me recuperando do grande feito de chegar duas vezes ao cume do baiano em um único fim-de-semana, me preparo para mais uma grande aventura neste belo estado de Minas Gerais. A convite do parceiro André Dedão (filhão) e do Guilherme Binha (Leopoldina), resolvemos ir à pedra Riscada, em São José do Divino, repetir a via Moonwalker 5º VI+ E3 D5, esta que eu havia escalado recentemente mas ainda relutava em querer escalar as cordadas das quais eu não entrei.

Na sexta-feira reunimos na residência do Dedão e após uma breve reunião regada a pizza e refri iniciamos a jornada de viajar cerca de 450 km rumo ao leste mineiro, que detém um mar de montanhas, onde se destacam inúmeras ilhas de granito, grandes formações rochosas geralmente em formato oval, denominados “inselberg’s” e entre eles há um que se destaca: a Pedra Riscada, referência internacional de escalada de grandes vias do Brasil. Começamos na estrada por volta das 22 horas com o pessoal se revezando no volante e chegamos por volta de 6 e meia da manhã, indo diretamente à padaria rechear as panças para executar o ofício do dia. Por volta de 9 horas chegamos à base da via, que têm como referência uma embaúba e iniciamos os procedimentos de separar os equipamentos e tralhas que deveriam subir conosco.

O Dedão já de cara iniciou a escalada, ele que foi um dos que começaram a conquistar esta bela via estava ansioso para repetí-la e não hesitou em fazê-lo o mais rápido possível devido a necessidade cumprir o horário, principalmente porque estávamos em três. Estas primeiras cordadas são tranqüilas, todas bem protegidas e não passando do quinto grau, passando por dentro de uma canaleta e desviando para um costão até se chegar ao “platô bão”, neste local aproveitamos para fazer um pequeno lanche e recarregar as baterias, mas nada que durasse acima de dez minutos porque já eram por volta de 14:15 e ainda haviam cinco cordadas (cerca de 250 metros acima) para mandar até chegar no platô de bivaque, este que seria o nosso local de descanso. A partir daí pega-se outra sequência de canaletas, porém um pouco mais técnicas e a saída para um costão de 5º grau, porém bem exposto, mais duas cordadas acima e finalmente chegamos no referido platô, que é caracterizado por ser uma mata e ali foram trabalhadas algumas contenções, favorecendo maior conforto para o repouso noturno. Ali fizemos uma bela gororoba e após a sobremesa nos acomodamos para o tão esperado descanso, isto por volta de 19:30 hs.

Ao amanhecer a primeira visão do dia foi visualizar a bela pirâmide que se forma acima do platô, ela se encontrava encoberta pela neblina densa, e durante alguns poucos intervalos era possível ver que a medida que se ganha altura, a parede se torna mais íngreme, caracterizando trechos verticais, tornando mais desafiante o intuito de chegar ao cume. Fizemos um rápido café-da-manhã e o Dedão novamente tomou frente na guiada e a partir disso fomos revezando novamente parede acima, agora estávamos bem mais ágeis, devido ao descanso efetivado e ao entrosamento da logística das paradas, o que no dia anterior onerou um bom tempo. Poucas cordadas acima a via se junta com a Esmurgator e mais acima outra via, esta caracterizada por ser composta de chapeletas gringas (aço inox), a partir daí mesmo utilizando as proteções das três vias as duas últimas enfiadas são mais expostas e como existe a possibilidade de se escalar pela variante (onde se concentra o mato) acabamos optando seguir por este caminho, mas é importante saber que a parada final é constituída por uma canela-de-ema, onde os participantes devem evitar ao máximo se dependurar na mesma, usando somente do próprio esforço para superar esta cordada, ou seja, não jumarear! Ali comemoramos mais uma vez com o chocolate do cume e depois de tirar umas fotos e chegar na parada fixa pouco acima começamos a rapelar o mais rápido possível tentando aproveitar ao máximo a luz natural. Começamos a descer por volta de 12:15 hs e alcançamos o chão às 19:30 hs, tempo suficiente para procurar ainda um local para poder dormir e continuar viagem rumo a BH.


Agradeço aos parceiros pela coragem e vontade de superar cada desafio, e muito mais por proporcionarem a diversão, essencial para o sucesso desta aventura, ao Sr. Edimílson Duarte, por sempre estar incentivando a prática de montanhismo no município de São José do Divino e a DEUS por nos conduzir a esta aventura e dispor tamanha beleza neste maravilhoso estado.
 Croqui da via moonwalker
 Na P4, canaleta extensa
 Pedra da Baiana, no município de Nova Belém, vista a partir da Riscada
 Guilherme Binha e o início da grande canaleta
 André Dedão, Guilherme Binha e Thunder no começo da trilha
 Rapelando nas canaletas
 No cume! detalhe da calena-de-ema
 Na P1, o detalhe da embaúba como referência da base da via
 "Inselberg's", as ilhas de granito
 A pirâmide encoberta pela neblina
 Chegando na P13, o bivaque é nessa matinha, logo abaixo
 Chegando na base, após 7 horas fazendo rapel
 Bivaque, pra quem quer conforto, carrega peso!
 panorâmica
 Quase todas as paradas são duplas
 Dedão entrando na primeira cordada
 Mata densa
Pôr-do-sol

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Novo Aeon - A nova via do pico do baiano

Domingo, 1º de Setembro de 2013, os primeiros sinais do amanhecer incidem sobre o ambiente, ainda não há luz direta, somente o início do alvor, um leve tom azulado paira sobre as plantas e o imponente maciço rochoso se pronuncia vários metros acima.
Quando os primeiros raios do sol começam a se manifestar, uma voz suplicante quebra o silêncio quase inexistente devido aos ventos cortantes me intimando a levantar: “Tá na hora Thunder, temos que render o dia!”. O sono em conjunto com a preguiça, aguçada perante aquele frio intenso, só tornava mais penoso o trabalho de abrir o saco de dormir e cobrir o corpo com agasalhos, mas se fosse para fazer algo, teria que ser naquela hora!
Experimentei os “sanduíches” feitos pela Natália e elaborados pelo Tigrão, que se provaram ser um bom alimento da montanha, devido ao fácil preparo e aquecimento, este foi o café-da-manhã...
Passamos as últimas orientações à “equipe de base” e a partir dali iniciamos a caminhada rumo ao pé de um grande diedro, visualizado desde o distrito de Morro d’água Quente, que antes se mantinha intocado, porém devido a investida anterior executada pelos montanhistas Felipe Dias e Gustavo Viana “Tigrão” favoreceram a elevar a minha participação neste grande feito. Chegando na base do então “projeto
Novo Aeon” observei que aquele que é o real local de bivaque do baiano, onde a própria disposição das árvores favorece sombra durante o dia todo e o ambiente era menos exposto ao vento, após organizar os equipos iniciamos a jornada do misto de jumarear as poucas cordas fixas e escalar os trechos já conquistados.
A primeira cordada já demonstra o nível de exposição da via, onde as escassas proteções, a maioria móveis, indicam que a capacidade do escalador que queira entrar nesta via vai muito além do domínio técnico, intensificando o controle psicológico e a habilidade de leitura da rota mais facilitada. Esta cordada é caracterizada pelo escorrimento de água em alguns pontos distintos, mas que se concentram apenas nesta etapa, necessitando de cuidado na hora de se recolher a corda após o rapel, devido ao empoçamento de água em sua base, onde fomos contemplados com o encharcamento da corda. As cordadas posteriores são também expostas, porém com dificuldade técnica de 4º e 5º graus, alternados por lances de sétimo, estes bem protegidos. Após a exposta quinta enfiada chega-se a um grande platô denominado pelo Felipe e Tigrão como “platô da revelação” e esconde uma imponente cordada mista, que além de trazer uma bela escalada em fendas e aderência, exige de muita habilidade técnica por parte do escalador. Pouco mais acima na nona enfiada, a grande fenda que vai de fora-a-fora no grande diedro alarga-se, favorecendo a ascenção internamente a rocha, relembrando as belas chaminés clássicas, características do montanhismo em geral, sendo denominada “portal do novo aeon” ali deve-se lembrar que o rapel é externo e a parada se encontra fora da chaminé, no bico que se pronuncia pouco abaixo do final da mesma. Dali parte-se para um trepa-mato em solo até outro grande platô e dali deve-se iniciar a escalada bem a esquerda do mesmo, onde após pouco mais de quinze metros escalados encontra-se a outra parada de rapel, esta que deve ser ignorada como parada de escalada e usada apenas como proteção da via. Mais uma enfiada tranqüila acima e finalmente CUME! Chegamos por volta de 18:00 hs, e após uma breve comemoração com direito ao valioso chocolate do cume e anotações no livro destinado aos aventureiros que alcançam este belo lugar iniciamos os rapéis montanha abaixo, este que se mostrou oposto ao rapel feito no dia anterior, onde perdemos durante um bom tempo procurando a parada para ancoragem, devido as faixas sinalizadoras (fitas reflexivas) dispostas em cada parada da via.

Agradeço ao grande companheiro Gustavo Viana “Tigrão” por confiar e acreditar na minha participação perante esta conquista, ao montanhista Felipe Dias por participar do início deste grande feito e poder proporcionar a comunidade montanhista mais uma bela via de acesso ao cume do Baiano, e principalmente a DEUS por possibilitar tantas emoções junto a bela natureza existente em nosso planeta!
 Gustavo Viana "Tigrão" jumareando na segunda enfiada da via
 Tigrão repetindo a 5a enfiada, uma das mais expostas da via
 Descansando no grande "platô da revelação"
 sexta enfiada, a mais bela da via
 Tigrão retrogrampeando o crux da 6a enfiada, tornando-a menos exposta
 Tigrão na sétima enfiada, a que mais exige habilidades técnicas e psicológicas
 Conquistando a oitava enfiada, toda em móvel
 Chaminé clássica, detalhe do "portal do Novo Aeon"
 Conquistando a 11a enfiada, começa no artificial (A1/7b) continuando com 5o grau
 Na 12a enfiada, a última antes do cume
 Assinando o livro, por volta de 18:00 hs
 Equipe reunida: Renato Franco, Thunder, Tigrão e Natália
 Linha da via com destaque para os pontos de rapel
 Croqui da via, falta repetição para a confirmação de grau
Face Leste do Pico do Baiano com seus imponentes 2016 mts de altitude e 650 mts de rocha

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Escalada em paralelo no pico do baiano

Desde 2011, quando finalizaram a conquista da via Sociedade Alternativa - 6 VII (A1/7C) E3, os conquistadores tinham me despertado um interesse muito grande em repeti-la, porém ainda faltava a carga de experiência para atingir tal feito...   passados dois anos, após alguns contatos telefônicos, acabamos organizando um grupo para realizar a escalada em conjunto desta via e da Obra do acaso, esta que se situa a cerca de vinte metros em paralelo a via, juntando-se próximo ao cume do baiano. A princípio, iriam participar desta escalada o atual geólogo Frederico Moreira e Fábio Melo, ambos escaladores de Ouro Preto, mas devido ao contratempo da apresentação do TCC do Frederico, ele teve que adiar a ida ao pico, o que acabou encaminhando o Júlio Diamantino e o Enoch Pourkhesaly a repetirem a via Obra do Acaso - 5+ VI (7C/A0) E2


Saímos na sexta-feira de BH por volta de 14 horas, indo a Ouro Preto “pescar” o Fabinho e seguir viagem rumo a Morro d’água Quente, onde chegamos e apreciamos um delicioso jantar pré-trilha, esta que se iniciou às 18:40. Após 3:20 hs de caminhada puxada, chegamos à base da via Obra do Acaso, este que seria o nosso bivaque para descanso e, após um pequeno lanche e discutirmos a estratégia do dia posterior, descansamos para o que viria na manhã seguinte...

Começa a amanhecer e o frio, que insiste em vir com o vento desanima a iniciar a escalada, mas estávamos lá para executar tal feito e comemos um reforçado café-da-manhã e agilizamos a logística das mochilas e equipamentos. O sol começou a esquentar, mas mesmo assim o vento cortava a face da montanha e a partir disso começamos a enfrentar o gigante, uma escalada única, onde o compromisso e o tempo são os fatores que caracterizam esta experiência. Elaboramos uma estratégia de agilidade, sendo que na maioria das enfiadas difíceis ou complicadas acabamos por apelar ao nosso grande amigo jumar, para que o segundo não onerasse o tempo tão precioso para garantir o nosso sucesso desta aventura. A via em si é bem protegida, com alguns lances esportivos e outros artificiais, trazendo uma escalada completa que vai desde lances de aderência, agarrência, diedro, tesoura, fenda, horizontal e incontáveis lances técnicos, o que tornou a escalada bem comprometedora. Por volta das 16 horas alcançamos o tão almejado cume, onde os amigos Júlio e Enoch nos aguardavam com o delicioso chocolate da comemoração, e após assinarmos o livro de cume, iniciamos os incontáveis rapéis para voltar à base da montanha. Ao chegar à base encontramos com outros montanhistas, Natália, Tigrão e Renatinho, que haviam marcado comigo para continuar em uma boa empreitada de finalização de outra via de acesso ao cume, e começamos a nos ajeitar para mais um friorento bivaque na base da pedra...


Agradeço ao Fábio Melo na parceira desta escalada e ao Júlio Diamantino e Enoch Pourkhesaly pela boa companhia e diversão na montanha.
 Enoch na terceira enfiada da via Obra do Acaso
 Thunder na P4 da Sociedade Alternativa
 Enoch na nona enfiada da via Obra do Acaso
 No cume, com a escultura feita por caminhantes originários de Morro d'água Quente
 Fabio Melo (Bin) no crux da segunda enfiada da via Sociedade Alternativa
 Enoch se preparando para entrar no crux de 6+ da 6a enfiada da Obra do Acaso com o Julin na segurança
 Bin jumareando na 5a enfiada da via Sociedade Alternativa
 Mininu bão viu!
 Bin enfrentando o tetinho da 7a enfiada da Sociedade Alternativa
 Julinho "perdido" em uma das enfiadas da Obra do Acaso
 Bin mandando a 8a enfiada da Sociedade, esta cordada junta-se a Obra do Acaso
Detalhe do artificial móvel pouco antes de chegar na P7 da Sociedade Alternativa
 Croqui da via Obra do Acaso
Croqui da via sociedade alternativa (incluindo os buracos de cliff)

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Pedra Azul/MG – Forno de Bolo

O plano de escalar em Pedra azul surgiu no início do ano, com o comentário do Igor Chequer, irmão do Philippe, de que: “perto da fazenda da família Chequer tinha muita pedra para escalar”. Aí, desde então, planejamos para ir conhecer esse lugar.

Participaram desta empreitada Clara Maestre, André Durão, Philippe Chequer e eu - Júlio Diamantino.

Saímos de Belo Horizonte/MG, no dia 13/07/2013, por volta das 5hs da manhã, rumo ao Vale do Jequitinhonha. A previsão do tempo garantia um friozinho perfeito para a escalada e algumas nuvens (tudo mentira). Fomos direto para a Fazenda da família Chequer, todos muito bem recepcionados pelo anfitrião e escalador Philippe Chequer. Chegamos à fazenda, que é entre Medina/MG e Pedra Azul/Mg, por volta das 15hs, descarregamos as compras, os equipamentos, e fomos familiarizar com as pedras, iniciando a escalada em uma pedra muito perto da fazenda.

No próximo dia, domingo, escalamos e conquistamos as vias nesta pedra perto da fazenda. Uma pedra localizada no caminho do arraial “pinguelinha”, que fica nas terras do Sr. Helder (bem fácil de achar a pedra). Lá conquistamos vias na “Parede do OASIS” (extrema direita da formação). O nome é esse, porque, no vasto clima árido, no topo desta parede, tem uma vegetação que lembra muito um Oasis, com coqueiros e muitas arvores.

Na parede do Oasis, conquistamos a primeira via que chamamos de “Miragem (5º)”. A via tem uns 80m e começa em uma fenda maravilhosa, toda em móvel. Na primeira parada tem uma chapeleta com argola e no cume, tem duas chapeletas com argola. Visualizamos outras linhas (kraken), mas a falta de tempo, cansaço e marimbondos não permitiram que desta vez conquistássemos essas linhas. Ficou para próxima. Conquistamos também a via “Thoth – o Escriba (6º)”. A bem da verdade essa via é a mais bonita da parede e sai de dentro da caverna com uma virada alucinante. André Durão e Philippe Chequer tiveram muito bom gosto! Ainda, na parede do oasis, eu - Júlio Diamantino e Clara Maestre conquistamos a via “Saara (5º 90 m)”, toda em móvel, com uma fenda de 40m, que termina no top da “Miragem”.

Mas, o plano principal de todos nós ali sempre foi o cume da “Forno de Bolo”. E, para isso, gastamos três sofridos dias. O primeiro dia fomos na tentativa de localizar a melhor linha que dava acesso ao cume e a melhor trilha de acesso a pedra. Estacionamos o carro na Fazenda Forno de Bolo e por uma trilha chegamos à base da via. Escolhemos a via mais limpa, reta e com menos vegetação. Escolhemos a linha na segunda-feira (15/07/13), e gastamos o resto do dia para conhecer as outras pedras da região, como a “Cabeça Torta”.

Terça-feira (16/07/13), começamos a conquista da via. Philippe Chequer começou conquistando as duas primeiras enfiadas de 60m cada uma. Na terceira enfiada, eu conquistei até a P3. Neste dia, fomos surpreendidos pelas baterias que não foram bem carregadas e acabaram rapidamente. Com pouca bateria – a última, eu ainda decidi escalar mais 30m até a P4. Depois disso, decidimos rapelar para continuar no outro dia (quarta-feira 17/07/13). No rapel entre a P3 e P2, furamos mais duas proteções.

Na quarta-feira (17/07/13) tentamos agilizar a escalada para conquistar o resto. Eu e Philippe fomos guiando juntos toda à parte já conquistada. O Philippe conquistou a partir da P4 até a P5. Eu conquistei da P5 até quase a P6 quando o Philippe retomou e conquistou até o cume.

Ainda me lembro dos gritos deles quando chegou ao cume, de baixo conseguimos compartilhar a sensação. A Clara Maestre quase não conteve as emoções, na difícil tarefa que era conter o cansaço físico. Nunca vou me esquecer do André Durão, tentando manter a segurança de todos, frente à obcecada vontade minha e do Philippe de colocar para cima a todo custo!

Chegamos ao cume por volta das 18hs e lá, “simples assim”, os telefones da OI funcionavam! Mandamos mensagens, internet e tudo que não tínhamos há muito tempo! Foi um cume diferente. Além das fotos, todos estavam verificando e-mail, postando fotos no facebook e analisando os comentários. Foi bom que podemos, em tempo real, dividir a emoção do cume com os companheiros de escalada que, por motivo de trabalho, não puderam estar lá conosco. Assinamos o livro e iniciamos o rapel, que demorou em torno de 3 anos, digo, horas. Depois da escalada, fomos para Pedra Azul comer um X-Tudo.

A rocha da “Forno de Bolo” era basicamente formada por aqueles cristais no granito, super quebradiços. A sensação, a todo momento, de que as agarras e pés iriam quebrar aguçavam o cansaço físico de todos os escaladores. E já no final, onde a parede é mais vertical, as paradas são em locais não muito confortáveis.

A escalada nos esgotou fisicamente e na quinta tiramos o dia para descanso.

Escalamos na sexta na pedra perto da fazenda e sábado de manhã retornamos com sentimento de missão cumprida para Belo Horizonte.



Ah, esqueci de comentar, no dia do ataque ao cume era o primeiro jogo da final da Copa Libertadores da América e o Clube Atlético estava disputando. Informo o placar imparcialmente, mas com um sorriso no rosto: 2x0 para Olímpia do Paraguai.

Júlio Diamantino

Quero agradecer ao Bruno Berbari que emprestou duas baterias para empreitada e sempre está me dando bons conselhos.

O Croqui e mais informações da via está disponível no link:


Livro de cume - Júlio Diamantino

 Jones no cume da Parede do OASIS
 No primeiro descanso da trilha para a Velho Estilo
 André dança russa no cume do Forno de Bolo
 Sede da fazenda dos Chequer
Jones protegendo a Thoth
 Galo Doido no Cume, por Philippe
 Rapel noturno Clara
 Cabeça Torta
Sombra projetada pelo Forno de Bolo
 Livro de Cume - André Durão
Livro de Cume - Clara Maestre, com espaçamento 1,5

 Livro de Cume - Philippe Chequer
 Na base da via  Velho Estilo

 Cume do Forno de Bolo
 Saía da P1
 Forno de Bolo
 André Duirão no Cume
 Philippe Jones fugindo do sol
 Saída da P3
 Cume
 Clara no Cume

 Trilha para a Forno de Bolo, no segundo dia de empreitada
 Saída da P4
 Saída da Via
 Saída da P5
 Saída da P6
 Parede do OASIS, via Miragem (esqueda) e Saara (direita)
 Diamantino e André na P4
 Porco calibre 38
 Base da Miragem
 Fenda da Miragem
 Parada da Miragem
 Do cume da Pedra da Fazenda
 André Conquistando a Thoth - o Escriba
 Via Thoth que saí da caverna
 André protegendo a Thoth
 André Dirão na Thoth depois de sair da caverna
 Diamantino jumareando na Velho Estilo
Livro de Cume

Mais fotos no FACEBOOK