quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Escalada em paralelo no pico do baiano

Desde 2011, quando finalizaram a conquista da via Sociedade Alternativa - 6 VII (A1/7C) E3, os conquistadores tinham me despertado um interesse muito grande em repeti-la, porém ainda faltava a carga de experiência para atingir tal feito...   passados dois anos, após alguns contatos telefônicos, acabamos organizando um grupo para realizar a escalada em conjunto desta via e da Obra do acaso, esta que se situa a cerca de vinte metros em paralelo a via, juntando-se próximo ao cume do baiano. A princípio, iriam participar desta escalada o atual geólogo Frederico Moreira e Fábio Melo, ambos escaladores de Ouro Preto, mas devido ao contratempo da apresentação do TCC do Frederico, ele teve que adiar a ida ao pico, o que acabou encaminhando o Júlio Diamantino e o Enoch Pourkhesaly a repetirem a via Obra do Acaso - 5+ VI (7C/A0) E2


Saímos na sexta-feira de BH por volta de 14 horas, indo a Ouro Preto “pescar” o Fabinho e seguir viagem rumo a Morro d’água Quente, onde chegamos e apreciamos um delicioso jantar pré-trilha, esta que se iniciou às 18:40. Após 3:20 hs de caminhada puxada, chegamos à base da via Obra do Acaso, este que seria o nosso bivaque para descanso e, após um pequeno lanche e discutirmos a estratégia do dia posterior, descansamos para o que viria na manhã seguinte...

Começa a amanhecer e o frio, que insiste em vir com o vento desanima a iniciar a escalada, mas estávamos lá para executar tal feito e comemos um reforçado café-da-manhã e agilizamos a logística das mochilas e equipamentos. O sol começou a esquentar, mas mesmo assim o vento cortava a face da montanha e a partir disso começamos a enfrentar o gigante, uma escalada única, onde o compromisso e o tempo são os fatores que caracterizam esta experiência. Elaboramos uma estratégia de agilidade, sendo que na maioria das enfiadas difíceis ou complicadas acabamos por apelar ao nosso grande amigo jumar, para que o segundo não onerasse o tempo tão precioso para garantir o nosso sucesso desta aventura. A via em si é bem protegida, com alguns lances esportivos e outros artificiais, trazendo uma escalada completa que vai desde lances de aderência, agarrência, diedro, tesoura, fenda, horizontal e incontáveis lances técnicos, o que tornou a escalada bem comprometedora. Por volta das 16 horas alcançamos o tão almejado cume, onde os amigos Júlio e Enoch nos aguardavam com o delicioso chocolate da comemoração, e após assinarmos o livro de cume, iniciamos os incontáveis rapéis para voltar à base da montanha. Ao chegar à base encontramos com outros montanhistas, Natália, Tigrão e Renatinho, que haviam marcado comigo para continuar em uma boa empreitada de finalização de outra via de acesso ao cume, e começamos a nos ajeitar para mais um friorento bivaque na base da pedra...


Agradeço ao Fábio Melo na parceira desta escalada e ao Júlio Diamantino e Enoch Pourkhesaly pela boa companhia e diversão na montanha.
 Enoch na terceira enfiada da via Obra do Acaso
 Thunder na P4 da Sociedade Alternativa
 Enoch na nona enfiada da via Obra do Acaso
 No cume, com a escultura feita por caminhantes originários de Morro d'água Quente
 Fabio Melo (Bin) no crux da segunda enfiada da via Sociedade Alternativa
 Enoch se preparando para entrar no crux de 6+ da 6a enfiada da Obra do Acaso com o Julin na segurança
 Bin jumareando na 5a enfiada da via Sociedade Alternativa
 Mininu bão viu!
 Bin enfrentando o tetinho da 7a enfiada da Sociedade Alternativa
 Julinho "perdido" em uma das enfiadas da Obra do Acaso
 Bin mandando a 8a enfiada da Sociedade, esta cordada junta-se a Obra do Acaso
Detalhe do artificial móvel pouco antes de chegar na P7 da Sociedade Alternativa
 Croqui da via Obra do Acaso
Croqui da via sociedade alternativa (incluindo os buracos de cliff)

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