Depois de uma semana conturbada
me recuperando do grande feito de chegar duas vezes ao cume do baiano em um
único fim-de-semana, me preparo para mais uma grande aventura neste belo estado
de Minas Gerais. A convite do parceiro André Dedão (filhão) e do Guilherme
Binha (Leopoldina), resolvemos ir à pedra Riscada, em São José do Divino,
repetir a via Moonwalker 5º VI+ E3 D5, esta que eu havia escalado recentemente
mas ainda relutava em querer escalar as cordadas das quais eu não entrei.
Na sexta-feira reunimos na
residência do Dedão e após uma breve reunião regada a pizza e refri iniciamos a
jornada de viajar cerca de 450
km rumo ao leste mineiro, que detém um mar de montanhas,
onde se destacam inúmeras ilhas de granito, grandes formações rochosas
geralmente em formato oval, denominados “inselberg’s” e entre eles há um que se
destaca: a Pedra Riscada, referência internacional de escalada de grandes vias
do Brasil. Começamos na estrada por volta das 22 horas com o pessoal se
revezando no volante e chegamos por volta de 6 e meia da manhã, indo
diretamente à padaria rechear as panças para executar o ofício do dia. Por
volta de 9 horas chegamos à base da via, que têm como referência uma embaúba e iniciamos os procedimentos de separar
os equipamentos e tralhas que deveriam subir conosco.
O Dedão já de cara iniciou a
escalada, ele que foi um dos que começaram a conquistar esta bela via estava
ansioso para repetí-la e não hesitou em fazê-lo o mais rápido possível devido a
necessidade cumprir o horário, principalmente porque estávamos em três. Estas primeiras
cordadas são tranqüilas, todas bem protegidas e não passando do quinto grau,
passando por dentro de uma canaleta e desviando para um costão até se chegar ao
“platô bão”, neste local aproveitamos para fazer um pequeno lanche e recarregar
as baterias, mas nada que durasse acima de dez minutos porque já eram por volta
de 14:15 e ainda haviam cinco cordadas (cerca de 250 metros acima) para
mandar até chegar no platô de bivaque, este que seria o nosso local de
descanso. A partir daí pega-se outra sequência de canaletas, porém um pouco
mais técnicas e a saída para um costão de 5º grau, porém bem exposto, mais duas
cordadas acima e finalmente chegamos no referido platô, que é caracterizado por
ser uma mata e ali foram trabalhadas algumas contenções, favorecendo maior
conforto para o repouso noturno. Ali fizemos uma bela gororoba e após a
sobremesa nos acomodamos para o tão esperado descanso, isto por volta de 19:30
hs.
Ao amanhecer a primeira visão do
dia foi visualizar a bela pirâmide que se forma acima do platô, ela se
encontrava encoberta pela neblina densa, e durante alguns poucos intervalos era
possível ver que a medida que se ganha altura, a parede se torna mais íngreme,
caracterizando trechos verticais, tornando mais desafiante o intuito de chegar
ao cume. Fizemos um rápido café-da-manhã e o Dedão novamente tomou frente na
guiada e a partir disso fomos revezando novamente parede acima, agora estávamos
bem mais ágeis, devido ao descanso efetivado e ao entrosamento da logística das
paradas, o que no dia anterior onerou um bom tempo. Poucas cordadas acima a via
se junta com a Esmurgator e mais acima outra via, esta caracterizada por ser
composta de chapeletas gringas (aço inox), a partir daí mesmo utilizando as
proteções das três vias as duas últimas enfiadas são mais expostas e como
existe a possibilidade de se escalar pela variante (onde se concentra o mato)
acabamos optando seguir por este caminho, mas é importante saber que a parada
final é constituída por uma canela-de-ema, onde os participantes devem evitar
ao máximo se dependurar na mesma, usando somente do próprio esforço para
superar esta cordada, ou seja, não jumarear! Ali comemoramos mais uma vez com o
chocolate do cume e depois de tirar umas fotos e chegar na parada fixa pouco
acima começamos a rapelar o mais rápido possível tentando aproveitar ao máximo
a luz natural. Começamos a descer por volta de 12:15 hs e alcançamos o chão às
19:30 hs, tempo suficiente para procurar ainda um local para poder dormir e
continuar viagem rumo a BH.
Agradeço aos parceiros pela
coragem e vontade de superar cada desafio, e muito mais por proporcionarem a
diversão, essencial para o sucesso desta aventura, ao Sr. Edimílson Duarte, por sempre estar incentivando a prática de montanhismo no município de São José do Divino e a DEUS por nos conduzir a
esta aventura e dispor tamanha beleza neste maravilhoso estado.
Croqui da via moonwalker
Na P4, canaleta extensa
Pedra da Baiana, no município de Nova Belém, vista a partir da Riscada
Guilherme Binha e o início da grande canaleta
André Dedão, Guilherme Binha e Thunder no começo da trilha
Rapelando nas canaletas
No cume! detalhe da calena-de-ema
Na P1, o detalhe da embaúba como referência da base da via
"Inselberg's", as ilhas de granito
A pirâmide encoberta pela neblina
Chegando na P13, o bivaque é nessa matinha, logo abaixo
Chegando na base, após 7 horas fazendo rapel
Bivaque, pra quem quer conforto, carrega peso!
panorâmica
Quase todas as paradas são duplas
Dedão entrando na primeira cordada
Mata densa
Croqui da via moonwalker
Na P4, canaleta extensa
Pedra da Baiana, no município de Nova Belém, vista a partir da Riscada
Guilherme Binha e o início da grande canaleta
André Dedão, Guilherme Binha e Thunder no começo da trilha
Rapelando nas canaletas
No cume! detalhe da calena-de-ema
Na P1, o detalhe da embaúba como referência da base da via
"Inselberg's", as ilhas de granito
A pirâmide encoberta pela neblina
Chegando na P13, o bivaque é nessa matinha, logo abaixo
Chegando na base, após 7 horas fazendo rapel
Bivaque, pra quem quer conforto, carrega peso!
panorâmica
Quase todas as paradas são duplas
Dedão entrando na primeira cordada
Mata densa
Pôr-do-sol
Irada a trip, brow!
ResponderExcluirFina demais, mas extremamente cansativa! Na segunda eu num era ninguém!!rsrsrs valeu!
ResponderExcluirTô deveno essa!
ResponderExcluirIrado demais ainda vou escalar aí! !!!
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