Desde 2011, quando finalizaram a
conquista da via Sociedade Alternativa - 6 VII (A1/7C) E3, os conquistadores tinham me despertado
um interesse muito grande em repeti-la, porém ainda faltava a carga de
experiência para atingir tal feito...
passados dois anos, após alguns contatos telefônicos, acabamos
organizando um grupo para realizar a escalada em conjunto desta via e da Obra
do acaso, esta que se situa a cerca de vinte metros em paralelo a via,
juntando-se próximo ao cume do baiano. A princípio, iriam participar desta escalada
o atual geólogo Frederico Moreira e Fábio Melo, ambos escaladores de Ouro
Preto, mas devido ao contratempo da apresentação do TCC do Frederico, ele teve
que adiar a ida ao pico, o que acabou encaminhando o Júlio Diamantino e o Enoch
Pourkhesaly a repetirem a via Obra do Acaso - 5+ VI (7C/A0) E2
Saímos na sexta-feira de BH por
volta de 14 horas, indo a Ouro Preto “pescar” o Fabinho e seguir viagem rumo a
Morro d’água Quente, onde chegamos e apreciamos um delicioso jantar pré-trilha,
esta que se iniciou às 18:40. Após 3:20 hs de caminhada puxada, chegamos à base
da via Obra do Acaso, este que seria o nosso bivaque para descanso e, após um
pequeno lanche e discutirmos a estratégia do dia posterior, descansamos para o
que viria na manhã seguinte...
Começa a amanhecer e o frio, que
insiste em vir com o vento desanima a iniciar a escalada, mas estávamos lá para
executar tal feito e comemos um reforçado café-da-manhã e agilizamos a
logística das mochilas e equipamentos. O sol começou a esquentar, mas mesmo assim
o vento cortava a face da montanha e a partir disso começamos a enfrentar o
gigante, uma escalada única, onde o compromisso e o tempo são os fatores que
caracterizam esta experiência. Elaboramos uma estratégia de agilidade, sendo
que na maioria das enfiadas difíceis ou complicadas acabamos por apelar ao
nosso grande amigo jumar, para que o segundo não onerasse o tempo tão precioso
para garantir o nosso sucesso desta aventura. A via em si é bem protegida, com
alguns lances esportivos e outros artificiais, trazendo uma escalada completa
que vai desde lances de aderência, agarrência, diedro, tesoura, fenda,
horizontal e incontáveis lances técnicos, o que tornou a escalada bem
comprometedora. Por volta das 16 horas alcançamos o tão almejado cume, onde os
amigos Júlio e Enoch nos aguardavam com o delicioso chocolate da comemoração, e
após assinarmos o livro de cume, iniciamos os incontáveis rapéis para voltar à
base da montanha. Ao chegar à base encontramos com outros montanhistas,
Natália, Tigrão e Renatinho, que haviam marcado comigo para continuar em uma
boa empreitada de finalização de outra via de acesso ao cume, e começamos a nos
ajeitar para mais um friorento bivaque na base da pedra...
Agradeço ao Fábio Melo na
parceira desta escalada e ao Júlio Diamantino e Enoch Pourkhesaly pela boa
companhia e diversão na montanha.
Enoch na terceira enfiada da via Obra do AcasoThunder na P4 da Sociedade Alternativa
Enoch na nona enfiada da via Obra do Acaso
No cume, com a escultura feita por caminhantes originários de Morro d'água Quente
Fabio Melo (Bin) no crux da segunda enfiada da via Sociedade Alternativa
Enoch se preparando para entrar no crux de 6+ da 6a enfiada da Obra do Acaso com o Julin na segurança
Bin jumareando na 5a enfiada da via Sociedade Alternativa
Mininu bão viu!
Bin enfrentando o tetinho da 7a enfiada da Sociedade Alternativa
Julinho "perdido" em uma das enfiadas da Obra do Acaso
Bin mandando a 8a enfiada da Sociedade, esta cordada junta-se a Obra do Acaso
Detalhe do artificial móvel pouco antes de chegar na P7 da Sociedade Alternativa
Croqui da via Obra do AcasoCroqui da via sociedade alternativa (incluindo os buracos de cliff)
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