O verão chegou e com ele inúmeras atrações como praias,
botecos, bloquinhos de carnaval, cervejas, mulheres e... cadê a escalada?
Podemos nos deparar com esta situação neste período,
principalmente para os ratos de pedra, pois as academias que são designadas
para suprir esta demanda, não atendem aos que se dedicam a atividade pelo
simples fato de se situar em meio a natureza e a todos os seus agentes incluindo
o desconforto, a falta de recursos e principalmente os riscos envolvidos em uma
atividade ao ar livre.
Além da chuva incessante ser característica do verão, outro
fator que acaba incomodando é os intervalos de sol, que ao surgir em meio as
nuvens, vem com toda a sua potência e traz temperaturas que podem trazer consequências
graves como insolação, desidratação e até queimaduras na pele.
Infelizmente a maioria das formações rochosas,
principalmente as que tornam possível a escalada fracionada ou de cordadas, são
suscetíveis a exposição direta as chuvas, impossibilitando a escalada livre,
pois as reentrâncias na rocha acabam se encharcando, tornando as agarras totalmente
escorregadias. Neste caso temos que procurar as poucas rochas que por suas
características protegem uma parede escalável da exposição das chuvas, e como
Minas é o mar de montanhas, somos privilegiados com alguns picos e várias
possibilidades em um raio de 100 km no entorno de Belo Horizonte.
Citarei aqui apenas os picos que já se encontram
consolidados para a escalada, pois infelizmente não há mais respeito perante a
natureza, e por incrível que pareça, das pessoas que dependem dela para
realizarem suas atividades...
1 – Serra de Ita-maranhen (serra das Cambotas) – representa um
elo entre a escalada esportiva, vias de cordada e escalada de aventura, tudo
isso concentrado em cerca de trezentos metros de base com cerca de duzentos e
cinquenta metros de altura, sendo em sua maioria grandes negativos, e têm
escaladas que variam desde o sexto até o décimo graus e que vão dos oito até os
250 metros de altura, tudo isso em um quartzito macio e extremamente aderente.
2 – Pedra Vermelha – Localizada no distrito de Socorro,
pertencente a cidade de Barão de Cocais – se assemelha a uma grande onda e foi
fonte de inspiração para a denominação das vias, tais como tsunami, waimea e
tormentos e foi palco de grandes escaladores que aumentaram consideravelmente o
numero de vias no pico, principalmente as de alta performance – força e técnica
exigentes
3 – Sala de justiça – serra do cipó G3 – Considerado a Meca da
escalada esportiva no Brasil, reúne inúmeras vias de escalada em um pequeno
ponto geográfico, sendo que as vias específicas deste setor são reconhecidas a
nível mundial e recebem todos os anos grandes nomes da escalada esportiva sejam
eles do Brasil ou não.
4 - Pedra Romana – Localizada a beira da estrada que liga a
serra do cipó a conceição do mato dentro é uma bela formação rochosa com vias
de alto nível, porém há relatos de acidentes com abelhas sendo necessária
atenção redobrada
5 - Setor Gandarela (Cocais) – Formação específica em
propriedade particular, ainda não há previsão de abertura
6 - Serra do Garimpo – Localizada acima da serra de
Cambotas, tem uma via peculiar, que se localiza no abrigo andorinhão
7 - Sítio do Rod –
algumas vias no ultimo setor, somente se não tiver chuva de vento
8 - Cachoeira alta (Ipoema) – várias vias localizadas na
face rochosa a direita da cachoeira, acesso as vias se dá por uma árvore “tritronco”
a partir da trilha principal
9 - Serra da Lapa (Itambé do mato dentro) – face rochosa
vista a partir da estrada de acesso a Itambé, há também outra formação
conhecida como conquista e tem o setor “Sinhá” que conta com duas vias
esportivas.